Quando a tarde passa, abre-se outra porta Se o morcego voa, a estrela desponta Ser de hoje ou de sempre, nada disso importa Todo o tempo corre só por nossa conta Sei de praias brancas, de velas queimadas Se perdi meus passos em longa carreira Tive pais e filhos, tive namoradas E encontrei-me logo aqui mesmo à beira Jogo minhas cartas na mesa da vida Recolho moedas e penas também Alma incandescente, de frio transida Quem me dá certezas que o livro não tem O vinho bebido ao sangue juntei E os frutos da terra descobri em mim Que ninguém me diga que morreu sem lei Que ninguém me diga que morreu assim